sexta-feira, 22 de junho de 2012

Não é à pururuca, é da bairrada

Do Brasil acaba de chegar mais "poesia" em relação ao Leitão da Bairrada. A pérola é tão valiosa que nem me atrevo a mexer. Deixo só uma chamada de atenção para expressões como "driblar o bufê", "no espeto vai o tempero" e  "o calorzão do forno a lenha faz a pele do bicho esticar". Mas melhor é ler e perceber que comer um bom leitão com arroz de bróculos pode ser do outro mundo, aqui vai:

«Não é só de pastéis de belém que vive a Quinta do Marquês. Mas para provar mais dos sabores de Portugal é preciso driblar o bufê de comida a quilo que fica logo na entrada e procurar uma mesa para sentar no salão de tijolos aparentes ao fundo. A pedida, então, é o leitão da bairrada.

O prato é feito com porco jovem, assado inteiro no rolete. No espeto vai o tempero, feito com sal, pimenta e um pouco de páprica. O leitão é costurado para ir ao fogo fechado. O calorzão do forno a lenha faz a pele do bicho esticar, depois de o leitão ficar girando lá dentro. O resultado é algo parecido com pururuca. A pele fica, então, crocante e dourada, como se tivesse sido envernizada. A carne suculenta que fica embaixo vem à mesa já destrinchada, acompanhada por fatias de laranja, arroz com brócolis e batata frita em lâminas. Acompanha, também, o molho que cozinha dentro do próprio leitão.

O forno, aliás, é um capítulo à parte: enorme, foi importado de Portugal, assim como o maquinário para a parte de confeitaria. Se desligado, demora dez dias para esfriar completamente.

O leitão da bairrada é difícil de se achar no Brasil. É típico da região que o batiza, no centro do país lusitano. E, ao lado do pastel de belém, da alheira de mirandela, da sardinha assada, do queijo serra da estrela, do caldo verde e do arroz de marisco, é uma das sete “maravilhas gastronômicas de Portugal”, eleitas em 2011. Para figurar nessa lista concorrida, o leitão da bairrada desbancou nada menos que o bacalhau à gomes de sá, entre outros 70 pratos tradicionais».

Os créditos são do jornalista Jose Orenstein, do Estadão. Original pode ser lido aqui.

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