terça-feira, 16 de novembro de 2010

Funcionários da Câmara ansiosos para soprar o balão

Já não há quem segure os funcionários da Câmara de Oliveira do Bairro que, ansiosa e desesperadamente, aguardam há um ano para começar a soprar no balão antes de ir para o trabalho, conta esta semana o Jornal de Notícias, veja.

O curioso é que esta medida, aprovada em reunião de Câmara, deixa de fora os vereadores, que ficam assim com imunidade ao sopro, até porque o regulamento do balão pressupõe, caso a malta o faça subir, medidas disciplinares que não poderão ser aplicadas aos vereadores, refere o jornal, citando o presidente da Câmara.

Pensando um pouco melhor, a prática do sopro em causa devia ser alargada aos vereadores, nem que fosse meramente para efeitos estatísticos ou para que se percebesse o sentido de algumas aprovações ou decisões e tomadas de posição em sede do executivo.

Agora, quanto a esta nova decisão de analisar o bafo a Baco dos trabalhadores, não sabemos é como o senhor presidente a vai impor, pois a Comissão de Protecção de Dados considerou que os testes violam a vida privada dos trabalhadores, assim um tipo de manter anónimos os trabalhadores com um grão na asa.

Segundo conta o JN, o assunto alcoólico foi carregado de cicuta pelo vereador da oposição Jorge Mendonça (CDS/PP), que quis saber se já foram efectuados alguns testes e se já há prevaricadores. Cá para mim, o vereador queria resultados para registar mais um veemente protesto contra a "privatização" da água do município e a propalada subida de preços desde então, para sustentar que os funcionários optam por ingerir cerveja ou uns tintos por ficar mais em conta que a "água del cano" agora através da LADRA (Ligação às Águas Da Região de Aveiro), como o próprio chamou aqui há uns tempos.

Voltando ao regulamento interno da Câmara sobre o assunto, este diz - e ainda não sabíamos - que o consumo excessivo do álcool pode produzir efeitos negativos ao nível do absentismo, produtividade no trabalho, na relação com os utentes dos serviços e com os colegas de trabalho.

O engraçado é que a autarquia, ainda à espera de umas autorizações para pôr a malta a soprar, vai já avançando que os trabalhadores vão ser seleccionados de forma aleatória, num sorteio mensal do qual sairão três para o teste. Deve ser assim tipo as estrelas do Euromilhões e outro número ao acaso.

Segundo o JN até já há quadro penal para os prevaricadores. Quem for apanhado com uma taxa de 0,5 gramas de álcool por litro de sangue (0,5 g/l) fica sujeito à pena de suspensão de funções. Quem recusar o teste viola o dever de obediência e fica sujeito ao regulamento disciplinar.

Para castigar verdadeiramente a malta dependente dos sulfitos, sugiro ao senhor presidente que equacione mandá-los para as obras da propalada Alameda da Cidade, pois só o facto de saberem que não se safam dali tão depressa pode provocar um positivo efeito dissuasor em relação à problemática.


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