domingo, 9 de maio de 2010

"O poeta que podia ter sido marinheiro"

"Socialista, Alegre é um benfiquista convicto e um amante da caça e do mar.

Em 1936, nascia em Águeda, sob o signo da ditadura, um futuro candidato-poeta. Se Portugal fosse nesses tempos um "País de normalidade", o poeta seria hoje... "marinheiro, ou outra coisa qualquer". Manuel Alegre é um amante da caça, da poesia e do futebol, mas nas suas veias corre um sangue misturado de aristocracia monárquica e republicanismo da Carbonária que faz da política uma paixão sem limites".



Socialista? Benfiquista? Aguedense?
Não há por aí virtudes também? :)


O facto de querer ser marinheiro não é estranho porque Alegre, desde tenra idade, sempre que vinha à varanda, em casa, na "Rua de Baixo" via um mar de água das famosas cheias aguedenses. Se fosse um país de normalidade era ver o poeta na proa de uma bateira ou de "Um Barco para Ítaca" na qualidade de Capitão de Mar e Guerra ou de "Príncipe do Rio" na incansável missão de (evitar) meter água na embarcação, mesmo "Contra a Corrente"e contra "A Senhora das Tempestades", ansioso para "Chegar Aqui", no "Atlântico" com "Alma" para assumir "A Terceira Rosa" ou, melhor dito, assumir a terceira via do partido da dita, na sua "Arte de Marear" e armado em "Cão Como Nós".

Na falta de melhor, Alegre será sempre "O Míudo que Pregava Pregos numa Tàbua" ou, quem sabe, "Um Rouxinol do Mundo" ou mesmo "O Homem do País Azul" correndo o risco de não passar de "Um Velho em Arzila"... mas cuidado porque, como diz o próprio, "A mim ninguém me cala".

Sem comentários:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...