Se eu podia ir para a Câmara sem ganhar as eleições?
Só eu é que sei que tive uma carreira recheada de sucessos. Ganhei muita coisa. E apesar de já ter terminado a carreira, ainda não parei de ganhar. Na época passada consegui cumprir os meus objectivos e perdi um vereador. Para esta época tracei objectivos maiores. Vou tentar perder mais um.
Eu sou o César Carvalheira. Se eu podia ir para a Câmara sem ter ganho as eleições? Podia, mas não era a mesma coisa!!! *
*Há campanhas de publicidade que pela sua sofisticada estrutura adaptam-se, perfeitamente, a outros protagonistas. Neste caso concreto, podemos substituir César Carvalheira por Acílio Gala (Oliveira do Bairro) ou Castro Azevedo (Águeda).
Muito se tem falado em torno do Leitão Assado à Bairrada. Guerras, contendas, discórdia é o que não tem faltado em torno de tal iguaria, sobretudo no que diz respeito à paternidade (ou maternidade) do bicho.
Paralelamente às pelejas pela reclamação da capital do pequeno bácoro (numa luta que Águeda e Mealhada, em especial, vão alimentando) aparecem defensores de certificação, de origem certificada, de reconhecido valor disto e daquilo… E até confrarias “fantasma” que ainda não saíram do papel.
Enquanto a Bairrada (toda ela) não se vai entendendo quanto ao Leitão, os americanos lá vão promovendo o “little pork” e contam segredos sobre a sua qualidade. O The Wall Street Journal dedicou-lhe duas páginas (lembram-se).
Agora, o Bairradices, com a ajuda de alguns especialistas da área, encontrou resposta para a verdadeira qualidade do leitão, seja ele de Águeda, Anadia, Cantanhede ou Mealhada.
Recentemente visitámos uma pocilga da região e encontrámos a verdadeira razão pela qual o leitão da Bairrada é inconfundível. Contrariamente ao que se passa em outras zonas do país e do estrangeiro, na Bairrada o porco “não vai literalmente à porca”, como é uso dizer-se. O porco convive com a porca, esta porém não tem dores de cabeça (nem outras que tais) e predispõem-se aos “fetiches” do parceiro. E mais: Os dois entregam-se a um romance “aporcalhado” sem precedentes, tratando por tu o Kamasutra bácoro.
O Bairradices, com a preocupação de não estragar o momento, conseguiu registar as “leviandades nupciais” de um casal de espécimes “avant garde”. E agora digam-me: Com todo este rigor será que há dúvidas quanto à qualidade dos pequenos porquitos que resultem deste acto profissional de amar? Claro que não.
Afinal o que conta para tudo isto? A cidade que dá nome ao leitão, as certificações e confrarias ou, simplesmente, o acto deliberado e mágico como são feitos na pocilga?
Moral da história: Quanto mais “porcalhões”… Melhores são as crias.
Estão eleitos os mandatos Acabou-se o circo eleitoral Uns não passaram de candidatos E outros não ficaram nada mal
Na Bairrada não houve surpresas Na hora de contar os papéis Houve sim muitas certezas E muitos dedos sem anéis
Muitas foram as promessas Disparates então foram mil Muitos políticos ficaram às avessas Tudo por causa do voto vil
Em Águeda houve um Gil demolidor Que dizimou o regressado Azevedo Nadais foi seu antigo vereador E agora, presidente, comanda sem medo
Em Oliveira do Bairro a bomba foi Mário João Destruiu Gala, outro regressado Que devia ter ficado em casa a gozar a pensão Do que ter saído dali depenado
Em Anadia a história não foi nova Com Litério a conseguir muito mais De voto em voto deu a prova Que derrota o Pintado, a Céu e outros que tais
Em Cantanhede foi limpinho Voltou a ganhar o partido da chaminé João Moura recandidatou o seu grupinho Deixando a oposição em rodapé
Termino com o concelho da Mealhada Onde a catástrofe foi mesmo total Carvalheira levou uma banhada E o maior foi o Carlos Cabral
Todos cantaram vitória Em mais uma noite eleitoral Para uns veio a glória
Gonçalo Breda Marques, ex-deputado do PSD e quase ex-vereador da Câmara da Mealhada, esteve esta semana com os Gato Fedorento na tentativa de que estes pudessem esmiuçar um pouco a campanha autárquica do concelho.
Fontes próximas deste imparável embaixador mealhadense, que se bem se recordam foi o pai da elevação da Mealhada à categoaria de cidade, entre outros desideratos, garantiram ao Bairradices que Breda implorou que levassem à mediática mini-entrevista da SIC para ser esmiuçado o candidato do PSD mealhadense, César Carvalheira, ou o candidato do PS à Freguesia de Ventosa do Bairro, António Simões.
Sabemos também que em resposta Ricardo Araújo Pereira e seus pares foram peremptórios e, de forma implacável, responderam negativamente a Breda Marques, com o argumento de que "Os Gato Fedorento não estão a precisar de novos elementos na equipa", não escondendo, no entanto, algum receio pela possível concorrência futura daqueles dois "comediantes" do concelho.
Não satisfeito, o embaixador mealhadense ainda tentou "impingir" o pampilhosense António Costa, mas a resposta foi parecida. Bem ao seu jeito, Ricardo Pereira sugeriu a Breda Marques a criação de um trio comediante na Bairrada em que, para além dos outros dois elementos, António Costa fosse "o facada".
A velha história do "é mais fácil ver um porco andar de bicicleta" ou "qualquer dia ainda vemos um porco andar de bicicleta", assim como outras variantes de um porco com aptidões ciclísticas, já não é nada surreal, senão vejamos:
Primeiro, na Bairrada leitões e porcos não faltam, e, em segundo, agora com um velódromo em Sangalhos novos talentos não faltarão. Juntando o velódromo e os leitões fica sempre a segurança que associada aos grandes eventos desportivos estará sempre uma "leitãozada" antes, durante ou depois das provas, nem que para isso se leve já o petisco de boleia na bicicleta motivando-o a entrar no forno por uma boa causa.
Sem mais me alongar no assunto, peço que olhem para a foto antes de dizer que é mais fácil ver um leitão de bicicleta que o Lino Pintado ganhar as eleições em Anadia, o César Carvalheira na Mealhada, o Castro Azevedo em Águeda ou o Ruivo em Cantanhede... Cuidado, não se vá correr o risco de acontecer mesmo dadas as fortes probabilidades, dos leitões ciclistas, claro.